Fazer o bem é crime agora? Dono de relojoaria que ajudou garoto engraxate é enquadrado pelo Ministério Público

 

No início do mês de agosto, nas vésperas do Dia dos Pais, um vídeo de um garoto de apenas 10 anos, o qual trabalha como engraxate, comoveu o Brasil. Identificado como Mario, o pequeno foi registrado no momento em que entrou numa relojoaria para comprar um relógio para o pai. O ato comoveu (e muito) o dono estabelecimento, o senhor Paulo Cézar da Silva, que ficou visivelmente tocado com a cena. O menino relatou que tinha demorado muito para ajuntar a quantia — cerca de 30 reais.

Em um gesto bastante singelo, o dono da relojoaria devolveu ao pequeno garoto a quantia em dinheiro e disse a ele algumas palavras de incentivo moral. “Continue trabalhando, que Deus tem projeto na sua vida, que Deus vai te fazer um grande homem e que o trabalho dignifica” — disse Paulo ao pequeno Mario. O caso aconteceu em Catalão, Goiás. As imagens do momento viralizaram nas redes sociais, gerando uma onda de solidariedade para com a criança. O dono da relojoaria, por outro lado, foi amplamente elogiado pelo seu generoso gesto.

No entanto, há aqueles que parecem não ter ficado muito felizes com o ocorrido. De acordo com informações divulgadas pelo Blog do Badiinho, Paulo Cézar da Silva foi enquadrado judicialmente pelo Ministério Público de Luziânia-GO. Um dos motivos seria uma suposta apologia ao trabalho infantil.

Em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) referente ao caso, divulgado pelo Badiinho, o comerciante foi proibido — entre outras coisas — de dar entrevistas falando sobre o assunto. E, em caso de descumprimento de alguma das cláusulas da TAC, pagará uma multa no valor de 10 mil reais.

É importante lembrar que após a divulgação das imagens do caso em questão, a vida da criança mudou. Ela acabou recebendo inúmeras doações, como eletrodomésticos e alimentos, assim como ajuda para os seus estudos.

Portal BR7

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