"Revista Indica" destaca trabalho de parnaibana como coordenadora estadual do Busca Ativa no combate a Covid-19
A revista Indica publicou matéria sobre o trabalho realizado pelo Busca Ativa no estado do Piauí. O conteúdo relata o início da pandemia, fala das dificuldades do Estado na etapa inicial do enfrentamento a pandemia.
O programa que está presente de norte a sul do Piauí tem sido essencial para detectar pessoas infectadas, tratá-las e assim salvar vidas.
Em meio a todas as incertezas e dúvidas, os profissionais foram para a linha de frente e dentre eles, se destaca DÍLIA SÁVIA FALCÃO, 39 anos de idade.
Dília assumiu a coordenação do Busca Ativa e conta como enfrenta as dificuldades dentre elas a distancia da família , o medo da doença os deslocamentos e fala também dos colegas destemido e que junto ela estão ate hoje lutando no dia a dia. Dília é Parnaibana e juntamente com sua equipe é hoje destaque nacional pelo seu exemplo de coragem determinação e amor a profissão.
Deixo abaixo o link da matéria que relata quem é DÍLIA e relata as ações do maior projeto de luta contra a pandemia no Brasil...(Busca Ativa)
https://drive.google.com/file/d/1NFNHcqMPe2m8E4pI3h_TdreWfNSvVseS/view
Trecho do livro 2020 - Histórias do Ano Que Vivemos em Perigo: O caso Piauí escrito por Cinthia Lages
No dia 7 de julho de 2020, a edição da revista científica americana Foreign Affairs, especialista em assuntos internacionais, publicou uma reportagem com o título Bolsonaro Made Brazil a Pandemic Pariah. Can Local Leaders Restore the Country's Reputation for Health Leadership? A reportagem mostrava como experiências locais estavam contribuindo "salvar a reputação do País na liderança em ações de saúde pública". A ação escolhida pela autora do artigo, a jornalista Catherine Osborn, para mostrar o modelo inspirador no controle do avanço de Covid-19, foi o Programa de Busca Ativa, do Piauí, o primeiro do País a desenvolver um protocolo de identificação e monitoramento de casos de contaminação pelo novo coronavírus, evitando a superlotação na rede de saúde...
...Inicialmente, o Busca Ativa faz o rastreio de casos de Covid-19 onde quer eles estejam. Uma vez identificado o infectado, toda a família é testada. Em 90% dos casos, há sempre outra pessoa com o virus, ainda sem sintomas. Todos os que testam positivo para o coronavírus recebem tratamento e supervisionados no isolamento social. A supervisão acontece a partir de mensagens, pelo aplicativo WhatsApp, por intermédio do qual o profissional pode detectar a localização daquele doente que está em quarentena por 14 dias. Se a doença se agrava, o paciente é encaminhado para a unidade de saúde mais próxima. Ao todo, são 1600 unidades de saúde do Piauí, incluindo hospitais e todos os postos de atendimento. Se, no entanto, há um agravo da doença, os pacientes são encaminhados para os hospitais regionais que prestam atendimento aos pacientes de Covid-19...
Quando foi convidada a assumir o Programa, Dília estava diante da maior missão de sua profissão de Enfermeira e Gerente de Atenção Básica de Saúde do Governo do Estado do Piauí. Graduada pela UFPI, ela é Especialista em Saúde da Família e Comunidade pela UFPI e, sobretudo, apaixonada pelo SUS e pela Atenção Integral. Aos 39 anos de idade, Dília Sávia Falcão abraçou a ideia da Busca Ativa, tornando-a uma realidade e um modelo copiado por outros estados. No fim de novembro de 2020, a Sesapi recebeu convite para apresentar seu planejamento estratégico de enfrentamento da Covid em uma Reunião Nacional de Secretários de Saúde de todo o País, em um evento organizado pelo Hospital Osvaldo Cruz e Ministério da Saúde...
Dilia relata
"Nos meus 15 anos de profissão, nunca pensei que fosse viver uma situação dessas. Mas me coloquei à disposição do meu estado. Estamos em guerra e a guerra precisa de um Exército. Eu pedi para vir para a linha de frente. Sim, tive medo e minha família também. Mas no momento em que muitos recuaram, eu me doei. Desde então, não tenho finais de semana, nem descanso. Meu telefone é quase um serviço público. Recebo mensagens de gente que não conheço, pedindo orientação sobre como lidar com tudo isso! (informação verbal). Toda essa fortaleza tem um referencial: a avó, que a criou, era enfermeira, ou melhor, a primeira enfermeira formada da região norte do estado. Maria Savina Matos fez o curso de Enfermagem na Escola Ana Neri, no Rio de Janeiro, "Ela foi meu alicerce, minha vida, minha referência. Era destemida, uma fortaleza em pessoa! Sou só gratidão a ela, pela mulher que me tornei. Durante toda a minha convivência com ela, escutei muito "não desista, siga em frente, lute pelos seus sonhos."
Ela emociona-se ao falar que não estará com a família no dia de seu aniversário, que aconteceria três dias após a nossa entrevista, realizada no dia 23 de novembro de 2020. Da mesma forma, não esteve na comemoração dos oito anos da filha, no dia 28 de maio de 2020. Dília relata que em todo esse período, o momento em que mais sofreu foi ao ouvir de Maria Vitória que ela trocaria o bolo da festa pela presença da mãe. Já que não estaria na festinha, Dília organizou um evento virtual, e fez tudo o que as mães costumam fazer quando querem surpreender os filhos: conversou com a professora da Escola Arco-Iris - onde a filha estuda - e as duas criaram um link para adicionar todos os colegas. Encomendou o bolo, os balões, os enfeites, que eram inspirados no personagem preferido da garota, o cursinho Panda. A diferença é que toda a preparação foi feita de Teresina e, na hora do Parabéns para você, não houve abraços e beijos. Nas vezes em que foi à Parnaíba para implantar algumas ações do Busca Ativa, Dília passava na porta de casa para ver a filha, de longe, e cumprindo todas as medidas de distanciamento, pois sabe que está presente nos locais de maior transmissão, nas barreiras sanitárias, durante a realização do relatório epidemiológico. Eu costumo dizer a ela que a mamãe está ajudando a salvar outras vidas. Faço vídeos mostrando o meu trabalho. Lembro que, quando ela crescer, vai ter orgulho da mãe. E ela entende que a distância é necessária nesse momento. Eu e meu marido somos enfermeiros, fizemos um juramento e estamos cumprindo. De cuidar do próximo, levar nosso conhecimento para ajudar a salvar as pessoas nesse momento em que ainda há tantos doentes (informação verbal). Quem conhece Dília compreende a escolha difícil que ela precisou fazer para estar à frente de um programa que poderia ter sido um flasco, se não tivesse à frente alguém com o seu compromisso, a sua disposição e o seu amor.
fonte : https://drive.google.com/file/d/1NFNHcqMPe2m8E4pI3h_TdreWfNSvVseS/view
Trecho do livro 2020 - Histórias do Ano Que Vivemos em Perigo: O caso Piauí escrito por Cinthia Lages
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